quinta-feira, 28 de outubro de 2010

As TIC no processo de ensino-aprendizagem: Uma presença desejável ou dispensável?

Actualmente, vivemos numa sociedade onde as novas tecnologias assumem um papel fundamental e são, de certo modo, uma nova forma de vida sem a qual já não passamos.
A constante evolução da sociedade conduz a um desenvolvimento quase obrigatório por parte da educação, já que esta é uma “actividade sócio-comunitária” (Botelho, 2006). A crescente evolução da tecnologia no mundo faz com que a educação tenha de acompanhar essa crescente sede tecnológica de modo a não se tornar ultrapassada e obsoleta.
Temos no entanto de ter em conta que, como em tudo, é possível dizer que estamos na presença de uma faca de dois gumes: se por um lado a presença das TIC prepara melhor as crianças para as novas exigências da sociedade, e lhes permite uma participação mais activa no processo de aprendizagem, por outro existe sempre a possibilidade de incorrer nos fenómenos de infoexclusão e infolatria. No que diz respeito ao primeiro, deve ter-se em conta que existem alunos sem possibilidades de possuir ou aceder regularmente a um computador. Esses alunos ficam assim em desvantagem em relação aos restantes numa situação em que o professor faça apenas uso das plataformas moodle ou do e-mail para enviar trabalhos e apontamentos. No caso do segundo fenómeno, este prende-se com uma questão de pensamento falacioso que sugere que as tecnologias são a solução de todos os problemas da sociedade e que, utilizando-as na educação, todos os alunos passarão a ser brilhantes e deixará de existir insucesso escolar. Isto, levado a um ponto hiperbólico, traduz o pensamento de muitos cidadãos da era tecnológica em que nos inserimos. Há que ter em conta que “As novas tecnologias não são a pedra filosofal para o sucesso educativo” (Paz, 2008).
Com o surgimento da Internet, todas os povos e respectivas culturas estão ligados através de uma partilha de vivências e da troca mútua de conhecimentos. Esta “sociedade em rede” permite ou facilita o fenómeno da multiculturalidade que, posteriormente, poderá evoluir para a interculturalidade na verdadeira acepção da palavra. Deste modo, as Tecnologias de Informação e Comunicação, em especial a Internet, trazem mais-valias a cada um de nós, pois, mesmo sem haver deslocação física, poderá existir contacto entre culturas e povos distintos.
Concordamos com o uso das TIC nas aulas como forma de cativar e incentivar os alunos a uma participação activa e dinâmica no processo de aprendizagem, tenho também alguns receios e hesitações: em primeiro lugar, com o facilitismo crescente que a internet tem vindo a trazer. Não desmentindo que somos utilizadoras frequentes das informações fornecidas pelo mundo da internet, tanto a um nível pessoal como académico, esta nova acessibilidade de informações é uma tentação demasiado grande para a chamada “geração copy-paste”. Nesta vertente, não existe um tratamento de informação, sendo que os alunos se limitam a retirá-la da internet, a colocá-la num documento Word (por vezes nem tendo a atenção de utilizar o corrector ortográfico) e a ter esperança de que o professor não repare. Outro receio premente é o do aumento de sedentarismo. Se hoje em dia se ouve falar por todo o lado de que vivemos num ambiente cada vez mais adepto desta modalidade de vida, não cremos que o aumento das horas passadas em frente a um computador na sala de aula vá servir como um combate a esta questão, mas sim como um estímulo (referimo-nos a este caso especifico ao uso dos Magalhães). Este último argumento não é visto por uma perspectiva de ensino mais antigo, em que as crianças passavam horas sossegadas a escutar um professor, mas sim de um método de ensino mais dinâmico, à qual nós próprias fomos acostumadas no primeiro ciclo, em que os alunos participam activamente com jogos, actividades e troca de ideias.
Posto isto, defendemos que as TIC são uma presença desejável no processo ensino-aprendizagem, pois proporcionam ao aluno uma forma dinâmica, enriquecedora e diversificada de adquirir conhecimentos. O factor que deverá ser sempre tido em conta é o uso correcto destas novas tecnologias de modo a tirarmos o melhor partido das mesmas sem incorrermos nos riscos que um uso indevido acarreta.



Ana Margato
Ana Sousa
LEB 3A

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